O investimento estrangeiro no setor produtivo no Brasil somou US$ 6,9 bilhões em janeiro. O valor é 23% maior que o de dezembro e 35% superior ao registrado em janeiro de 2022.
Segundo relatório publicado nesta sexta-feira (24) pelo Banco Central, foram US$ 5,1 bilhões em participações no capital de empresas e US$ 1,8 bilhão em empréstimos intercompanhia. Os valores são líquidos, isto é, já estão descontadas as saídas de recursos.
Em 12 meses, o valor acumulado do chamado Investimento Direto no País (IDP) chegou a US$ 92,3 bilhões, o maior em termos nominais desde dezembro de 2012.
Segundo o BC, esses ingressos equivalem a 4,78% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, ligeiramente acima do registrado em dezembro (4,75% do PIB). Em expansão há dez meses consecutivos, o índice chegou ao nível mais alto desde junho de 2001 (4,79% do PIB).
Os valores contabilizados como IDP, considerado um investimento de longo prazo, não incluem as aplicações em carteira, como títulos e ações, que são mais voláteis.
Em nota, a XP Investimentos aponta que o IDP segue cobrindo com folga o déficit das transações correntes do país, que em 12 meses até janeiro foi de US$ 55,4 bilhões (2,87% do PIB).
A corretora projeta ingresso líquido de US$ 80 bilhões em investimento estrangeiro direto em 2023 (3,9% do PIB) e US$ 75 bilhões em 2024 (3,6% do PIB). "Ou seja, níveis inferiores ao registrado em 2022 – em linha com a desaceleração do crescimento econômico doméstico – mas ainda próximos às máximas históricas", afirma o economista Rodolfo Margato.