Líder da greve dos caminhoneiros em 2015, Ivar Schmidt avalia que apoio de boa parte da categoria ao presidente Jair Bolsonaro compromete nova paralisação nacional| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo
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O apoio que o presidente Jair Bolsonaro tem da maioria dos transportadores autônomos de carga pode comprometer uma nova greve dos caminhoneiros em âmbito nacional. É o que avalia o líder da paralisação em 2015, Ivar Schmidt.

Diferentemente das greves em 2015 e 2018, Schmidt — que não trabalha mais no transporte rodoviário de cargas — acredita que a preferência política dos transportadores é um obstáculo para a adesão de uma nova paralisação. "A categoria ainda está agarrada a 'São Bolsonaro', são muito devotos e acho muito difícil fazer greve assim", explica à Gazeta do Povo.

O momento atual é até mais delicado em comparação a 2015, reconhece Schmidt. O gasto com óleo diesel em um faturamento mensal pode chegar a até 70% em casos de um caminhão grande e com muitos anos de rodagem. "E mesmo assim, muitos ainda não largam mão de apoiar Bolsonaro", ressalta.

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O líder da penúltima greve nacional avalia, ainda, que os caminhoneiros da Baixada Santista não conseguirão destravar uma paralisação pelo país. "Eles têm sua importância, mas não é tudo isso. O que faz acontecer uma greve da categoria são as circunstâncias, é o momento, e não vai ser a Baixada que vai causar uma greve nacional no atual cenário", pondera.