O acordo do Facebook com a Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC), que definiu multa recorde de US$ 5 bilhões por violação da privacidade dos usuários, não será mais do que um “acidente de percurso” nas finanças da gigante do Vale do Silício.
A finalização do acordo, nesta quarta-feira (25), aconteceu simultaneamente à divulgação do balanço trimestral da empresa. Liderado pela publicidade online, o faturamento bruto aumentou 28% e chegou a US$ 16,9 bilhões, cerca de US$ 400 milhões acima da previsão do mercado. Em função da multa do FTC, o lucro líquido caiu 49%, fechando em US$ 2,6 bilhões. Mesmo assim, as ações da empresa se aproximaram de níveis recordes.
A penalidade foi aplicada após investigação de mais de um ano ter comprovado que o Facebook passou indevidamente dados pessoais de seus usuários à empresa Cambridge Analytica. “As ações do Facebook têm se comportado como teflon nos últimos dois anos (nada gruda)”, avalia Daniel Ives, analista do banco de investimentos Wedbush. “Apesar de todo barulho, eles continuam a faturar alto”.
O que muda é o escrutínio sobre os negócios de Zuckerberg. Pelo acordo, nas próximas duas décadas a cada três meses ele terá que explicar ao governo as decisões da empresa envolvendo a política de privacidade dos usuários.