O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), voltou a defender o fim do teto de gastos nesta quinta-feira (17). Segundo ele, é preciso “resolver” a situação social do Brasil - ainda que isso tenha consequências econômicas, como o aumento do dólar e a queda da bolsa. As declarações foram dadas durante a Conferência do Clima da ONU (COP27), em Sharm El-Sheikh, no Egito.
"Temos de fazer um país mais humano. Se não resolvermos a situação social, não vale a pena governar o país. Vai aumentar o dólar, cair a bolsa? Paciência”, disse Lula, segundo declaração publicada pelo jornal Valor Econômico. O petista também criticou a retirada de investimentos da área social para que seja cumprido o teto de gastos.
Anteriormente, Lula já havia afirmado que as pessoas não deveriam sofrer para garantir "a tal da estabilidade fiscal", em uma crítica direta ao teto de gastos e às metas de superávit. Houve reação do mercado financeiro com alta do dólar e queda da bolsa de valores. Diante disso, o futuro presidente chegou a comentar o “nervosismo do mercado” e disse nunca ter visto "um mercado tão sensível como o nosso".
O mesmo ocorreu nesta quinta-feira (17). Após as novas declarações de Lula, o dólar comercial abriu o dia em alta de 1,79% e era negociado a R$ 5,4761 por volta das 10h20. Já na bolsa de valores, o Ibovespa caiu 2,33% e chegou aos 107.647 pontos.
Outro fator que contribuiu para a reação do mercado foi a apresentação da PEC fura-teto, na quarta-feira (16), que deve permitir ao futuro governo petista manter o Auxílio Brasil - que voltará a se chamar Bolsa Família - em R$ 600 em 2023 e fora do teto de gastos. O anteprojeto foi entregue ao Congresso por Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente eleito e coordenador da equipe de transição.
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