Para Lula, o acordo acertado entre Mercosul e União Europeia não é o desejo do Brasil.| Foto: Ricardo Stuckert/PT
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O ex-presidente Lula (PT) afirmou que o acordo entre o Mercosul e a União Europeia não é válido, que o Brasil não é obrigado a concordar com o tratado e que pretende rediscutir a convenção, caso seja eleito em outubro. As declarações foram feitas na segunda-feira (22), durante entrevista concedida para veículos da imprensa internacional. Para o petista, o acordo acertado pelos blocos não é o desejo do Brasil.

“O acordo não é válido porque ele não foi sequer concretizado em plenitude. O Brasil não é obrigado a concordar com um acordo que não respeita aquilo que é o desejo do Brasil. O que nós queremos é sentar com a União Europeia e discutir, em função da necessidade da União Europeia e da necessidade nossa, os direitos que cada um tem. Eu acho que negociação tem que ser uma coisa em que todos ganham. Não pode ser um acordo em que um ganha e outro não ganha. O que nós queremos na discussão com a Europa é não abrir mão do nosso interesse de nos reindustrializar.”

A costura de um entendimento entre europeus e integrantes do Mercosul se estendeu por quase 30 anos e culminou na aprovação, em 2019, de um acordo bilateral com potencial para dar origem à maior área de livre comércio do mundo. Colocá-lo em prática, no entanto, ainda depende do aval de cada um dos 27 países-membros da UE, do Parlamento Europeu e dos quatro componentes do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai). Foi na ratificação que a questão emperrou, com resistências de parte a parte.

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