Médicos peritos do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) iniciaram uma paralisação de 24 horas nesta segunda-feira (31), em reivindicação à recomposição salarial de 19,99% e realização de concurso público para a área. Em janeiro, o governo federal realizou um corte de R$ 988 milhões no orçamento do INSS.
Filas teriam sido registradas em vários lugares do país e pelo menos 25 mil atendimentos deixaram de ser realizados hoje, sendo remarcados para o próximo mês. "Mesmo diante do impacto causado pelo movimento, as autoridades ainda não agendaram uma audiência com os representantes da carreira e, caso isso não se altere, a categoria não descarta realizar outras paralisações e, até mesmo, deflagrar um movimento paredista permanente", afirmou a Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP) em nota.
Em ofício enviado ao Ministério do Trabalho e Previdência, a associação falou em "situação degradante da carreira", "extrema insatisfação e revolta da categoria e "frustração das negociações com a
Administração Pública".
"Em atenção a tais objetivos estatutários e diante do atual quadro caótico que se apresenta à Carreira de Perito Médico Federal, a Associação tentou, em centenas de ocasiões,
instaurar rodadas de negociações com a Administração Pública federal, todas infrutíferas", diz o sindicato em nota.
A paralisação dos médicos faz parte de um movimento maior, ao qual aderiram pelo menos 40 categorias do funcionalismo público federal. O movimento se acalorou após o governo Bolsonaro prometer reajuste salarial a algumas categorias do funcionalismo, como a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
Até agora, os funcionários realizaram um protesto no último dia 18 de janeiro e um ato virtual no último dia 27 do mesmo mês. Um novo ato é esperado para o próximo dia 2 de fevereiro. E, caso suas demandas não sejam atendidas pelo governo federal, os servidores prometem estender a greve por tempo indeterminado.
Enquanto isso, além disso, há funcionários do Estado que têm entregado seus cargos comissionados e trabalhado sob "operação-padrão", também conhecida como "operação-tartaruga", realizando serviços seguindo os procedimentos operacionais padrão com rigor excessivo.