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Após semanas de interrupção, o Banco Central retomou nesta terça-feira (26) a publicação do relatório Focus, que compila as projeções de dezenas de bancos, corretoras e consultorias para vários indicadores da economia brasileira. Durante a greve dos servidores da instituição, temporariamente suspensa dias atrás, a coleta das projeções vinha sendo feita normalmente, a cada semana, mas o boletim não era divulgado.
O documento publicado hoje, que traz previsões coletadas até a última sexta-feira (22), revela que o mercado está mais otimista com o crescimento econômico de 2022 e mais pessimista com o de 2023. Também reduziu suas expectativas para a cotação do dólar e passou a contar com uma inflação ainda mais alta, tanto neste ano quanto no próximo.
Segundo o relatório, a mediana das expectativas para a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022 subiu nas últimas quatro semanas, passando de 0,5% para 0,65%. A projeção para o PIB de 2023, por sua vez, caiu por três semanas e agora é de 1% – o ponto médio das previsões era de 1,3% cerca de um mês atrás.
A projeção mediana para o IPCA (índice oficial de inflação) deste ano, por sua vez, está em alta há 15 semanas, e agora é de 7,65%. Para o ano que vem, o ponto médio sobe há três semanas e chegou a 4%.
No caso do câmbio, as expectativas para 2022 são reduzidas há cinco semanas, e agora o mercado conta com uma cotação do dólar de R$ 5 ao fim de dezembro. É o mesmo valor esperado para o fim de 2023.
O mercado revisou para cima sua projeção para a taxa básica de juros (Selic) ao fim deste ano, cuja mediana agora é de 13,25%, ante 13% há quatro semanas. Para 2023, o ponto médio permaneceu em 9% nas últimas semanas.