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Nesta quinta

Ministério da Economia censura perguntas sobre Orçamento de 2021 em coletiva de imprensa

Ministro Paulo Guedes. (Foto: Edu Andrade/Ascom/ME)

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O Ministério da Economia proibiu os jornalistas de perguntarem sobre o Orçamento de 2021 na coletiva de imprensa dada nesta quinta-feira (15) pelos técnicos pasta sobre o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022. A informação foi repassada pela assessoria de imprensa do ministério.

Participam da entrevista o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, o secretário do Orçamento Federal, George Soares, o secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal e o secretário-adjunto do Tesouro, Otávio Ladeira. A coletiva foi virtual, devido à pandemia de Covid-19. Nenhuma pergunta sobre a LDO 2021 foi lida.

Em nota, o sindicato dos jornalistas do Distrito Federal repudiou a censura e cobrou explicações do Ministério da Economia. "É direito garantido dos jornalistas fazerem o seu trabalho, que é informar a sociedade. As autoridades públicas devem se submeter ao escrutínio público e isso passa por responder aos questionamentos da imprensa e de seus profissionais", afirma o sindicato.

Após as notícias divulgando a censura e a nota do sindicato, a pasta respondeu por escrito às perguntas sobre o Orçamento de 2021. A maior parte das respostas foi: "O Orçamento de 2021 ainda está em discussão em diferentes instâncias de governo até a conclusão da fase de sanção. Por essa razão, não cabe ao Ministério da Economia se manifestar neste momento."

O Orçamento deste ano ainda não foi sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro, após ter sido aprovado de maneira inexequível pelo Congresso Nacional. Os parlamentares, com aval parcial do governo, inflaram as emendas e subestimaram despesas obrigatórias, como aposentadorias e pensões. Agora, Bolsonaro é obrigado a vetar grande parte das emendas, caso contrário corre o risco de ser enquadrado em crime de responsabilidade fiscal. Mas o veto enfrenta resistência dos parlamentares, que acusam o governo de descumprir acordo. O presidente tem até o dia 22 de abril para tomar uma decisão.

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