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O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou nesta segunda-feira (18) que a bandeira tarifária Escassez Hídrica "a princípio, vigorará até o final de abril". A declaração vai contra fala do presidente Jair Bolsonaro que, na semana passada, afirmou que determinaria o fim da taxa criada para arcar com os custos da geração mais cara em decorrência da crise hídrica já a partir de novembro.
Ao UOL, Albuquerque negou que a decisão sobre o fim da cobrança adicional esteja tomada e afirmou que qualquer providência nesse sentido "dependerá da evolução da situação hídrica", com necessidade de se aguardar pelas chuvas dos próximos meses. A bandeira tarifária Escassez Hídrica foi criada em setembro com previsão de durar oito meses e valor 49,6% mais alto do que a bandeira vermelha patamar 2 - a mais cara até então e indicativa do uso de gerações mais custosas para atender a demanda, caso do amplo despacho das térmicas que vem sendo adotado atualmente para evitar um esvaziamento mais acelerado dos reservatórios das hidrelétricas.
Na última sexta-feira (15), a Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (Creg), criada para coordenar as ações federais em meio à crise, definiu pela manutenção de medidas de enfrentamento ao menos até fevereiro de 2022. Por meio de nota, a avaliação feita foi de que a situação ainda requer atenção, apesar do aumento recente nas chuvas em parte do país.