Fomentar a inovação foi a base de desenvolvimento do modelo agrícola brasileiro, e a única forma de conciliar sustentabilidade e produção. A afirmação foi feita pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, durante a abertura do encontro Focus on Africa, promovido pelo Standard Bank, na manhã desta segunda-feira (26). A ministra frisou que o Brasil conseguiu alcançar um modelo agropecuário tropical sustentável e altamente competitivo, quando se imaginava que a produção era restrita a zonas temperadas. Ela lembrou que nos últimos 40 anos, a produção de grãos no país cresceu 400%, enquanto a área cultivada avançou apenas 40%. A ministra sugere que o Brasil tem muito a colaborar com a África, dado às similitudes entre o cerrado e a savana.
A ministra lembrou que o continente africano detém metade das terras aráveis não cultivadas do mundo, mas as fazendas locais não exploram todo potencial produtivo das terras – cerca de 40% da capacidade total é explorada, de acordo com relatório da Fida. “As tecnologias do Brasil podem ser adaptadas pelos países africanos para impulsionar seus sistemas produtivos”, defende. Uma aposta é a ampliação da cooperação da Embrapa com os países do continente e a abertura maior da África para parceiros como o Brasil. O fomento ao modelo agroecológico e de sistemas agroflorestais pode ser levado à África, segundo a ministra, que destacou as políticas brasileiras que atrelam produção e proteção à biodiversidade.
“Com base em práticas sustentáveis, o Brasil conseguiu aliar produção e preservação. A legislação brasileira obriga produtor a manter percentual de sua área como floresta. Essas conquistas, inclusive ambientais, foram possíveis graças a inovação”, diz. Para ela, como potência agroambiental, o Brasil é defensor de mercado agrícola livre, justo, sustentável e verdadeiramente liberal.