O procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Furtado, pediu à Corte para apurar eventuais irregularidades relacionadas às empresas offshore mantidas pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
Furtado considera que cabe ao TCU investigar se Guedes e Campos Neto atuaram “em situações de conflito de interesses” por terem empresas em paraísos fiscais, segundo o Valor Econômico. No documento, o procurador ressalta que embora não haja ilegalidade em si na offshore, os relatos apresentados na investigação Pandora Papers vão contra o Código de Conduta da Alta Administração Federal.
O código proíbe autoridades públicas com acesso a informações privilegiadas de realizarem “investimento em bens cujo valor ou cotação possa ser afetado por decisão política ou governamental”. Na segunda-feira (4), o procurador-geral da República, Augusto Aras, determinou a abertura de uma apuração preliminar sobre as offshores ligadas ao ministro e ao presidente do BC.
Além disso, comissões da Câmara e do Senado aprovam a convocação de Guedes para prestar esclarecimentos sobre a offshore. O "Pandora Papers" foi realizado pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês), do qual fazem parte os veículos brasileiros Poder360, Metrópoles, Agência Pública, revista Piauí e o jornal El País.