O professor da Universidade de Columbia e vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2011, Joseph Stiglitz, declarou nesta segunda-feira (20/3) que a taxa de juros no Brasil é "chocante" e a equivale a uma "pena de morte". As declarações foram feitas durante o seminário “Estratégias de Desenvolvimento Sustentável para o Século XXI”, promovido pelo BNDES.
"A taxa de juros de vocês [do Brasil] é, de fato, chocante. Uma taxa de 13,75%, ou 8% real, é o tipo de taxa de juros que vai matar qualquer economia. É impressionante que o Brasil tenha sobrevivido a isso, que seria uma pena de morte”, disse.
Ele atribuiu o fato do país sobreviver a essas taxas de juros, aos “bancos estatais, como o BNDES, que têm feito muito com essas taxas de juros, oferecendo fundos a empresas produtivas para investimentos de longo prazo com juros menores".
Para o economista, as taxas de juros historicamente altas do Brasil impuseram uma "desvantagem competitiva. "A pergunta é, onde estariam se tivessem uma política monetária mais razoável? Eu diria que estaria num crescimento econômico muito maior", disse Stiglitz.
No mesmo evento do BNDES, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, definiu as taxas de juros no Brasil como “pornográficas”. De acordo com Silva, muitos querem associar o atual nível da Selic a um “problema fiscal”.
Para ele, tal justificativa “é inconcebível num país com a riqueza do Brasil, que tem uma dívida bruta de 72% ou 73% do PIB e reservas cambiais da ordem de 17% ou 18% do PIB”.