De uma só tacada, a Petrobras “anulou” todo o impacto almejado pelo presidente Jair Bolsonaro com seu plano de zerar PIS e Cofins que incidem sobre o óleo diesel. Por ordem dele, a equipe econômica estuda meios para compensar uma eventual redução a zero nos tributos federais, que hoje somam R$ 0,33 por litro do combustível. Porém, nesta sexta-feira (19) o preço médio nas refinarias da estatal vai subir R$ 0,34 por litro, ou 15%, chegando a R$ 2,58 (sem impostos).
A companhia já havia promovido outros aumentos neste início de ano, o que levou parte dos caminhoneiros a programar uma greve, que acabou frustrada. De 31 de dezembro de 2020 até esta quinta-feira (18), antes do novo reajuste, o diesel acumula alta de R$ 0,22 por litro nas refinarias.
Esses aumentos chegaram às bombas, e por isso Bolsonaro tentava zerar os tributos federais – e, em paralelo, mudar a legislação do ICMS, que é estadual. Mas, com o novo reajuste nas refinarias, a retirada do PIS/Cofins poderá apenas ajudar a manter os atuais níveis de preço na bomba, que já são vistos como muito altos pelos transportadores.
Ao anunciar o novo reajuste, a companhia enfatizou que “o alinhamento dos preços ao mercado internacional é fundamental para garantir que o mercado brasileiro siga sendo suprido sem riscos de desabastecimento”, e que esse mesmo equilíbrio competitivo permitiu reduções de preço ao longo do ano passado. Segundo a empresa, o litro do diesel nas refinarias começou 2020 em R$ 2,33 e terminou o ano vendido por R$ 2,02.