Em entrevista ao jornal O Globo publicada neste domingo (2), o Ministro da Economia Paulo Guedes reconheceu que a aderência ao seu plano de trabalho em Brasília é menor do que imaginava ao iniciar sua atuação ministerial. “Eu tinha uma fé um pouco ingênua de que tudo seria muito mais rápido e de que as transformações seriam muito mais profundas”, disse Guedes. “Estou tendo que lutar dez vezes mais do que eu pensei que fosse lutar”.
O ministro apontou que o Congresso é pouco reformista, que as intervenções de atores políticos “arrefeceram os impulsos de transformação” – como as privatizações e a capitalização da Previdência, por exemplo – e disse que isso atenuou um pouco o entusiasmo inicial. “Tanto o presidente quanto o Congresso e a mídia vieram com menos ímpeto na direção das transformações. Aí o trabalho tem que ser muito maior para um resultado menor. Talvez essa seja a experiência de todo mundo que já passou pelo governo um dia. Quem está de fora olhando acha que tudo é mais simples”.
Na entrevista, Paulo Guedes destacou as conquistas do governo na área econômica, como a Reforma da Previdência, redução da inflação, controle de gastos e crescimento econômico do país. Quanto à saída de secretários de sua equipe, ele relacionou a questão a uma “reavaliação do grupo” que ocorre com frequência no setor privado. O ministro destacou, ainda, a importância da vacinação em massa e das reformas administrativa e tributária, bem como os marcos regulatórios, para destravar investimentos.