O presidente do Conselho de Administração da Petrobras, Márcio Weber, convocou uma reunião extraordinária para esta quinta-feira (16), às 16h, para discutir um possível aumento dos preços de combustíveis pela estatal. A companhia vem praticando no mercado interno preços abaixo do vendido no mercado internacional. Com isso, a defasagem do diesel é de 18%, após 36 dias sem reajuste, segundo dados desta quarta-feira (15) da Associação Brasileira dos Importadores e Combustíveis (Abicom).
Já o preço da gasolina está há 96 dias sem alteração e com uma defasagem de 14%, de acordo com a associação. O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem pressionado a companhia para manter os preços congelados. Na tentativa de conter a alta dos preços, o Congresso concluiu nesta quarta-feira (15) a votação do projeto de lei que fixa um teto de 17% para o ICMS que incide sobre combustíveis, energia, telecomunicações e transporte coletivo. O texto foi encaminhado para sanção presidencial.
Além disso, o governo federal acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta para suspender as leis estaduais e do Distrito Federal que fixam alíquotas de ICMS sobre combustíveis.
Na semana passada, a Petrobras divulgou uma nota defendendo a “prática de preços competitivos” para a “garantia do abastecimento doméstico”. Com a alta do petróleo no mercado internacional e a valorização do dólar frente ao real, a companhia pode começar a ter prejuízo caso não aplique sua política de paridade de preços.
“Sem a prática de preços de mercado, não há estímulo para o atendimento ao mercado brasileiro pelos diversos agentes do setor. Dessa forma, a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado é condição necessária para que o país continue sendo suprido sem riscos de desabastecimento pelos diversos agentes”, disse a empresa no comunicado divulgado no último dia 8.