A Petrobras admitiu a investidores que a política de distribuição de dividendos a acionistas pode ser revista com a composição do novo Conselho de Administração, de acordo com o relatório anual de resultados enviado à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) nesta semana (veja na íntegra).
No documento que apresenta o balanço das operações ao longo de 2022, a estatal diz que “o pagamento de dividendos e o montante destinado para a distribuição aos acionistas depende da nossa política de remuneração aos acionistas, que está sujeita a mudanças”, caso a empresa decida por alterar o plano estratégico de investimentos.
“Alterações na composição do nosso Conselho de Administração e da nossa administração podem resultar em alterações ou no encerramento na nossa política de remuneração aos acionistas. Existe a possibilidade de que tais mudanças em nossa política de remuneração aos acionistas possam ser materiais, podendo resultar no pagamento de menos ou nenhum dividendo no futuro”, diz o relatório.
A declaração vem um mês depois da presidente nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann, cobrar uma revisão da política de distribuição de dividendos, que chamou de “indecente”. A fala ocorreu dias antes do governo decidir retomar a cobrança de impostos como PIS, Cofins e Cide sobre a gasolina e o etanol.
Na ocasião, o ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social, também criticou a política de dividendos, dizendo que “hoje serve para enriquecer acionistas minoritários”.
Somente em 2022, a Petrobras diz ter proposto R$ 222,5 bilhões em dividendos aos acionistas.