O procurador-geral da República, Augusto Aras, determinou nesta segunda-feira (4) a abertura de uma apuração preliminar sobre as offshores ligadas ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. A instauração da notícia de fato é considerada praxe no Ministério Público Federal (MPF), segundo a Folha de S. Paulo.
O Supremo Tribunal Federal (STF) é quem decide sobre a instauração de inquérito, já que os ministros têm foro privilegiado. A informação sobre os ministros foi revelada em uma série de reportagens chamada de “Pandora Papers”. De acordo com a publicação, Guedes depositou US$ 9,55 milhões na conta de uma sociedade "offshore" controlada por ele. O caso pode configurar conflitos de interesses.
Membros da oposição também acionaram o Supremo com pedido de investigação. As petições foram apresentadas pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e pelo PDT, e terão o ministro Dias Toffoli como relator.
O "Pandora Papers" foi realizado pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês), do qual fazem parte os veículos brasileiros Poder360, Metrópoles, Agência Pública, revista Piauí e o jornal El País.