As projeções de mercado para o crescimento da economia brasileira em 2022 deram um salto nas últimas semanas. Em 29 de abril, quando o relatório Focus foi publicado pela última vez, o ponto médio das projeções sinalizava para uma alta de 0,7%. Nesta segunda, numa divulgação parcial, por causa da greve dos funcionários do Banco Central, as projeções apontam para uma expansão de 1,2% do PIB, a soma das riquezas geradas por uma economia.
As previsões podem ter nova alta: considerando os números divulgados nos últimos cinco dias, a expectativa de crescimento passa para 1,5%. Esses dados parcialmente refletem os números do PIB do primeiro trimestre – crescimento de 1% frente aos últimos três meses de 2021 -, segundo dados levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mas não foi só a expectativa para o PIB que aumentou. O mesmo ocorreu com o IPCA. No final de abril, as projeções sinalizavam para uma alta de 7,89% nos preços em 2022. Agora, indicam 8,89%. A tendência é de alta nas expectativas. Nos últimos cinco dias, elas apontam para uma inflação de 9%.
O efeito gangorra sobre as previsões de crescimento continua. À medida que as projeções para 2022 aumentam, as de 2023 diminuem. No final de abril, o indicativo era de que o PIB brasileiro cresceria 1% no ano que vem. Agora, o cenário é de 0,76%. E nos últimos cinco dias, a mediana das projeções caiu para 0,5%, o que indica uma tendência de baixa nas expectativas.
Já para a inflação no próximo ano, há uma sinalização de alta. Dos 4,1% previstos em abril para o IPCA no ano que vem, o número passou para 4,39%. E a tendência é de mais alta. As projeções feitas nos últimos cinco dias sinalizam para uma alta de 4,5% nos preços em 2023.