A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou nesta quinta-feira (3) que o governo federal vai lançar neste mês um plano nacional para ampliar a produção de fertilizantes no país. A declaração foi feita pela ministra durante a live semanal do presidente Jair Bolsonaro (PL). A guerra entre Rússia e Ucrânia ameaça a oferta de grande parte destes insumos importados pelo Brasil.
Os fertilizantes, especialmente nitrogênio, fósforo e potássio, são largamente utilizados pelo setor agrícola brasileiro, mas 80% deles são importados. A Rússia e a Bielorússia são dois dos principais fornecedores do produto ao Brasil. No momento, no entanto, em decorrência das sanções econômicas aplicadas contra russos e bielorrussos, por causa da invasão à Ucrânia, o Brasil não tem conseguido trazer os fertilizantes destes países.
"O Brasil, no passado, não fez um programa nacional para a produção própria de fertilizantes. Fizemos uma opção errada, lá atrás, de ficarmos importando nitrogênio, fósforo e potássio", afirmou a ministra. No caso do fósforo, considerado um dos fertilizantes mais importantes, a dependência externa chega a 93%. Segundo Tereza Cristina, uma cerimônia de entrega do plano será realizada no final de março, no Palácio do Planalto. Apesar de coincidir com uma crise de abastecimento do produto, o plano vinha sendo pensado há mais tempo.
"Esse plano está pronto, não foi por causa desta crise. Isso nós pensamos lá atrás, no seu governo, de que o Brasil, uma potência agro, não poderia ficar nessa dependência, do resto do mundo, de mais de 80% nos três produtos, de vários países”, disse a ministra durante a live com Bolsonaro.
Um grupo de trabalho chegou a ser formado há quase um ano e envolveu representantes de nove ministérios. O plano trará um diagnóstico sobre a oferta de fertilizantes no Brasil e poderá ter como resultado, por exemplo, propostas legislativas para facilitar a produção de fertilizantes no país, como regras de licenciamento ambiental para exploração de jazidas e até permissão para extração dos minerais em terras indígenas. Com informações da Agência Brasil.