O preço do gás de cozinha deverá continuar pressionado até março do ano que vem, motivado pelo aumento de demanda no Hemisfério Norte por gás de calefação e GLP devido ao inverno na região. Nos 12 meses encerrados em outubro, o botijão aumentou 37,6%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Não se imagina nenhum movimento sustentável nos preços até o primeiro trimestre de 2022”, diz o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), Sérgio Bandeira de Mello.
Ele aponta que o preço do gás de cozinha está pressionado duplamente: uma pelo mercado internacional, já que o produto é cotado em dólares, e outro pela desvalorização do real.
O cenário coincide com a assinatura da lei que cria o vale-gás para famílias registradas no CadÚnico com renda per capita mensal menor ou igual a meio salário mínimo, ou que tenham entre seus integrantes quem receba o benefício de prestação continuada (BPC). Com o programa, cada família elegível poderá receber, a cada dois meses um valor correspondente a, no mínimo, 50% da média do preço nacional de referência do botijão de 13 quilos.
A decisão foi bem recebida pela entidade. “É uma iniciativa interessante que poderá beneficiar as famílias carentes, que poderão substituir a lenha ou a madeira nas cozinhas.” Mas o dinheiro não está garantido. A viabilização do programa depende da disponibilidade de liberação de recursos no Orçamento.