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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse na manhã desta terça (14) que o mercado financeiro precisa ter “um pouco mais de boa vontade” com o governo de Luiz Inácio Lula Silva (PT), em um evento promovido pelo banco BTG Pactual.
O afago ao governo vem em meio às críticas constantes de Lula e aliados por conta da manutenção da taxa básica de juros a 13,75% sem expectativa de baixa no curto prazo.
Campos Neto reconheceu a validade dos questionamentos e diz que a autoridade monetária deveria ser mais clara sobre as razões para as decisões tomadas pelo Comitê de Política Monetária (Copom), expressando os resultados buscados no longo prazo.
O presidente do Banco Central afirmou no evento que “o investidor é muito apressado, muito afoito. A gente precisa ter um pouco mais de boa vontade com o governo, 45 dias é pouco tempo”.
Para ele, o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, tem “uma boa vontade enorme de falar ‘olha, nós temos um princípio de seguir um plano fiscal com disciplina’. Tem um arcabouço que está sendo trabalhado, já foram elaborados alguns objetivos”.
Ele declarou, ainda, que a política ambiental aliada à economia neste novo governo Lula trouxe ganhos ao Brasil e que ele próprio levantou essa bandeira no passado. “Esse era um tema que vai definir se o dinheiro vai voltar ou não”. “Se você não for inclusivo e não for sustentável, você não faz parte da recuperação”, completou.
As falas de Campos Neto no evento do BTG Pactual vêm um dia depois de afirmar, em entrevista ao programa Roda Viva, que fará tudo o que estiver ao seu alcance para aproximar o Banco Central e o governo.