O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse que a inflação alta registrada no país em 2021 é resultado de uma combinação de três fatores: a elevação dos preços, em especial das commodities; a escassez hídrica, que dificultou a produção de energia elétrica; e o que chamou de "desequilíbrios entre demanda e oferta de insumos". Campos Neto apresentou as justificativas em carta aberta direcionada ao ministro da Economia, Paulo Guedes, divulgada nesta terça-feira (11). A produção de uma carta sobre a inflação remetida ao ministro da Economia é uma exigência legal quando a inflação supera as metas estabelecidas no início do ano. A inflação de 2021 foi de 10,06%. A meta era de 3,75%.
Na carta, Campos Neto destaca que o aumento de preços de combustíveis e bens ligados à energia elétrica figuram entre os principais "vilões" da alta da inflação. Ele menciona que os preços de gasolina, gás de bujão e energia elétrica residencial subiram 47,49%, 36,99% e 21,21%, respectivamente, ao longo do ano passado.
Em relação às commodities, Campos Neto cita que os preços foram afetados pela pandemia de Covid-19 no primeiro trimestre de 2020, mas, depois disso, superaram "de forma significativa os níveis pré-pandemia".
O texto aponta ainda que a expectativa do BC é de aumento da taxa de juros e queda da inflação já no início de 2022. O banco coloca a projeção de desvalorização em 4,7% no ano atual, indo para 3,2% em 2023 e 2,6% em 2024.
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