Por falta de alternativas em infraestrutura, os produtores brasileiros de grãos gastam o dobro do que os norte-americanos para mandar seus produtos para a China, um dos países que mais compra a nossa soja, milho e algodão. A informação é de Edeon Vaz, diretor executivo do Movimento Pró-Logística, criado no MT há 10 anos, e trabalha pela redução do custo do frete no país. Enquanto um produtor norte-americano gasta US$ 56 por tonelada para mandar soja ao país asiático, o brasileiro paga o dobro. “Isso reduz a rentabilidade do produtor brasileiro”, pontua Vaz. Ele foi um dos painelistas que discutiu as condições da logística brasileira durante o 7º Fórum de Agricultura da América do Sul, que ocorre nesta quinta e sexta em Curitiba (PR).
Vaz mostrou a infraestrura hoje existente no Brasil, com poucas opções de hidrovias e ferrovias, e com muitas rodovias ainda a serem terminadas. Ele exemplificou que nos EUA a malha ferroviária é de 290 mil km, enquanto que a malha brasileira é de apenas 30 mil km, sendo que apenas 12 mil km estão sendo operados. Além disso, a melhor hidrovia do país – do Rui Nadeira – reduz em 42% o custo em relação ao transporte rodoviário. Ainda assim, segundo ele, ainda há poucas iniciativas, boa parte do setor privado, para escoar a produção de grão do país até os portos, especialmente os do Arco Norte. Também falou no painel o diretor-presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Luiz Fernando Garcia da Silva, que falou sobre os gargalos e as ações que estão sendo tomadas pelos portos do Paraná para tentar melhorar as condições de logística.
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