Relator da proposta de novo arcabouço fiscal na Câmara, Cláudio Cajado (PP-BA), deve apresentar parecer com modificações no texto nesta semana| Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
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O relator do projeto do novo arcabouço fiscal na Câmara, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), deve entregar nesta semana seu parecer sobre a proposta com mudanças no texto encaminhado pelo Ministério da Fazenda. Em entrevistas a veículos como Folha de S.Paulo e GloboNews, ele disse que pretende fazer pelo menos três importantes alterações. Em seu relatório, deve batizar a nova regra de “Regime Fiscal Sustentável”.

Uma delas seria tornar fixos os parâmetros para aumento de despesas. A proposta do governo estabelece a faixa entre 0,6% e 2,5% acima da inflação, dependendo do crescimento de receitas, porém apenas entre 2024 e 2027. Para os anos posteriores, o texto diz que os porcentuais mínimo e máximo devem ser indicados na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Cajado também estuda incluir a obrigação de contingenciar recursos no exercício corrente caso haja ameaça de descumprimento de meta fiscal. O bloqueio, na versão original da proposta, é opcional. “Estamos avaliando o que chamamos de gatilhos. Seriam punições a mais. Sanções pelo não cumprimento da meta”, disse o deputado à Folha. Apesar disso, ele rejeita incluir punições mais duras ao presidente caso os resultados esperados nãos sejam atingidos.

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Ao jornal, ele também disse que espera mexer na lista de despesas que ficam fora do alcance da regra que limita o crescimento de gastos. “Tem muita sugestão, para incluir e para tirar [da lista de exceções]. Muito mais para tirar”, afirmou. Uma das mudanças pode estar relacionada aos investimentos do Tesouro em empresas estatais, que hoje estão excetuadas do teto de gastos.