O relator-geral do Orçamento 2022, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), afirmou nesta terça-feira (16) que não há espaço orçamentário suficiente para bancar o reajuste de salários aos servidores públicos federais prometido pelo presidente Jair Bolsonaro. "Não sei de onde ele tirou isso. Não está no nosso cálculo. Particularmente em nenhum momento foi trabalhado isso", disse Leal. O presidente declarou que vai conceder o reajuste se a PEC dos precatórios for aprovada no Senado. No entanto, o mandatário não deu detalhes sobre o aumento. A informação foi divulgada pelo Estadão.
O governo espera a aprovação da que deve abrir espaço de R$ 91,6 bilhões no Orçamento de 2022. Porém, o valor extra deve ser usado para financiar o Auxílio Brasil em R$ 400 mensais (R$ 40 bilhões), o reajuste pela inflação dos benefícios como aposentadorias e o Benefício de Prestação Continuada (R$ 25 bilhões), o auxílio para o gás e diesel (R$ 8,5 bilhões).
Além disso, a desoneração da folha de pagamentos pode custar outros R$ 9 bilhões. O relator reforçou que o reajuste dos salários não consta em nenhuma das planilhas preparadas pela Comissão Mista do Orçamento (CMO). Segundo o Ministério da Economia, um aumento de 5% nos salários dos servidores custaria R$ 15 bilhões. Os servidores estão sem reajuste desde 2019.