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A montadora Renault, que tem seu segundo maior mercado na Rússia, anunciou na quarta-feira (23) que está suspendendo suas atividades no país devido à invasão da Ucrânia. Um dia depois da francesa TotalEnergies, que vinha sendo fortemente criticada por continuar fazendo negócios na Rússia, foi a vez da Renault, que suspendeu as atividades na sua fábrica de Moscou, onde são montados três modelos (Captur, Duster e Arkana), bem como o Terrano de seus parceiros da Nissan.
Em relação à sua participação de quase 68% nas duas unidades da AvtoVaz - onde se encontra a maior parte da força de trabalho da Renault -, a empresa francesa disse "avaliar as opções possíveis", uma vez que atuará "de forma responsável perante seus 45.000 funcionários na Rússia". Devido a esta suspensão, a montadora reconheceu que "se vê obrigada a rever suas perspectivas financeiras para 2022", baixando a margem operacional de 4% para 3%.
A guerra na Ucrânia colocou a Renault em uma situação delicada dada a importância da Rússia, já que é seu segundo mercado, atrás apenas da França. No ano passado, a montadora vendeu 18% de seus veículos na Rússia e esse país respondeu por 10% de seu faturamento. Com a suspensão das atividades da Renault, que se junta ao abrandamento da atividade da TotalEnergies, outro grande grupo francês continua no centro das críticas, a Leroy Merlin, que descarta, por enquanto, deixar de operar na Rússia.
Em discurso na Assembleia Francesa, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, fez ontem uma crítica explícita às empresas francesas que mantêm sua atividade na Rússia, apesar das circunstâncias."Eles devem deixar o mercado russo: Renault, Auchan, Leroy Merlin e outros devem deixar de ser os patrocinadores da máquina de guerra russa."