A Rússia deu um calote em sua dívida estrangeira e deixou de quitar títulos que venceram no domingo (26), quando foi encerrado o prazo de carência para o pagamento de aproximadamente US$ 100 milhões em juros de duas dívidas que venceram originalmente no dia 27 de maio. O default já era esperado em meio às sanções impostas ao país após o início da guerra na Ucrânia. A última vez que um calote semelhante ocorreu por parte da Rússia foi em 1918, quando Vladimir Lenin deixou de pagar a dívida do império russo.
Recentemente a Rússia reconheceu que sua economia deve mudar como resultado das sanções ocidentais sem precedentes em represália à invasão na Ucrânia para evitar retroceder aos tempos da União Soviética. Para isso, o país deve reduzir a dependência das exportações e estimular a iniciativa privada, segundo destacou o Banco Central russo. "As condições externas mudaram há muito tempo, para não dizer para sempre", disse a presidente do Banco Central da Rússia (BCR), Elvira Nabiulina, em conferência no Fórum Econômico Internacional em São Petersburgo.
"É preciso responder a essas mudanças de forma proativa", salientou Nabiulina, em um momento em que o próprio BC russo prevê para 2022 a pior recessão desde 1994. A previsão de queda do PIB é entre 8% e 10%, embora o Banco Central da Rússia já tenha anunciado que vai rever as previsões para cima em julho.