Com governo e Congresso sob forte cobrança pela paralisia na agenda econômica, o ex-secretário do Tesouro Nacional Mansueto Almeida buscou nesta sexta-feira, 11, transmitir tranquilidade em relação ao tempo político das negociações e disse que não se pode carimbar como "fracasso" o fato de o ano terminar sem a aprovação das grandes reformas. Ele alertou, porém, que é preciso "aprender a sentar à mesa com quem não concorda" para construir pontes e um ambiente favorável a essas votações.
"Se a gente melhorar um pouquinho, respeitar o contraditório, aprender a sentar à mesa com quem a gente não concorda, vamos fazer as reformas que esse País precisa para crescer consistentemente nos próximos anos", disse Mansueto durante o 19º Fórum Empresarial LIDE. A partir de meados de janeiro, o ex-secretário, que deixou o posto em julho, será sócio e economista-chefe do BTG Pactual.
Mansueto citou as reformas tributária e administrativa, ambas adiadas para 2021. Hoje mais cedo, o senador Marcio Bittar (MDB-AC) anunciou que a PEC emergencial, que contém gatilhos de contenção de despesas, também ficará para o ano que vem diante da iminente desidratação da proposta para viabilizar uma aprovação ainda em 2020. Ele defendeu a urgência da aprovação da reforma tributária para racionalizar as regras e deixar o sistema mais progressivo, com menos tipos de impostos. Mas amenizou o fato de uma posição definitiva ter ficado para 2021.