Servidores públicos federais paralisaram suas atividades pela terceira vez em menos de um mês nesta quarta-feira (2), em reivindicação à reposição salarial de 20%. O ato ocorreu pela manhã, na praça dos Três Poderes, em Brasília, e contou com cerca de 500 pessoas, representantes de pelo menos 50 categorias do Executivo, Legislativo e Judiciário.
O objetivo dos servidores é chamar a atenção do Legislativo, que retorna ao trabalho nesta quarta após o recesso, e do Judiciário, que retornou na terça (1º). "Foi um ato importante, considerando que há a pandemia. Viemos com uma representação menor para garantir a questão de saúde", disse à Gazeta do Povo Thiago Duarte Gonçalves, representante da Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Pùblico da União (Fenajufe).
O primeiro protesto realizado pelo grupo ocorreu em 18 de janeiro, também em Brasília. Além disso, os servidores paralisaram suas atividades e realizaram ato virtual no último dia 27 de janeiro.
Segundo Gonçalves, o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), apesar de "pressionado", não tem sinalizado disposição para abrir uma mesa de negociação com os servidores. Caso o Executivo não atenda as demandas das categorias, há promessa de greve geral em março.
"Não dá pra dizer que é um movimento de elite. É um movimento geral do funcionalismo. Seria elite se fossem juízes, deputados, funcionários das relações exteriores, gente que recebe acima do teto constitucional", diz o representante sobre as críticas direcionadas ao funcionalismo. "Quem está protestando nesse momento são trabalhadores que não têm condição de ficar um mês sem salário e sem pagar contas. A heterogeneidade de salários no funcionalismo é muito grande, a média de salários mensais é de R$ 3 mil", afirmou.