O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, enviou na noite desta quarta-feira (8) a líderes caminhoneiros um áudio gravado pelo presidente Jair Bolsonaro em que ele pede o fim de bloqueios em trechos de rodovias no país. Os transportadores autônomos bloquearam trechos de pelo menos 14 estados, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) atualizados até às 20h.
No áudio de Bolsonaro o qual a Gazeta do Povo teve acesso, o presidente apela aos caminhoneiros para que desbloqueiem as vias para evitar prejuízos à economia. "Fala para os caminhoneiros aí, que são nossos aliados, mas esses bloqueios atrapalham nossa economia. Isso vem e provoca desabastecimento, [gera] inflação, prejudica todo mundo, em especial os mais pobres", disse.
O áudio segue com Bolsonaro pedindo para os caminhoneiros liberarem as rodovias para o país "seguir a normalidade". "Com a gente aqui em Brasília, agora não é fácil negociar e conversar por aqui com outras autoridades, não é fácil, mas a gente vai fazer nossa parte aqui. Vamos buscar uma solução para isso. E manda um abraço em meu nome a todos os caminhoneiros", afirmou o presidente.
Além do áudio, Tarcísio também enviou dois vídeos a caminhoneiros. Um deles contém uma imagem do presidente com o áudio de Bolsonaro e, no outro, Bolsonaro fala com apoiadores no Palácio da Alvorada nesta quarta-feira (8), segundo informou o site R7. "Vou ter que apelar aos caminhoneiros para que não parem o Brasil. Sei do poder que eles têm, reconheço o trabalho que eles fazem, mas acredito que a paralisação não interessa a nenhum de nós. Agradeço aos caminhoneiros por tudo o que eles têm feito. Não é a gente matando a vaca que vai eliminar o carrapato", declarou o presidente.
O vídeo chegou a ter sua autenticidade e atualidade do vídeo questionada pelos caminhoneiros, mas Tarcísio gravou um vídeo garantindo que a mensagem foi gravada nesta quarta-feira. "Esse áudio é real, de hoje, e mostra a preocupação do presidente com a paralisação dos caminhoneiros. Essa paralisação irá agravar efeitos da economia, de inflação, que vai impactar os mais pobres, os mais vulneráveis. Nós já temos, hoje, um efeito no preço dos produtos em função da pandemia. A inflação, hoje, tem uma componente internacional, e uma paralisação vai trazer desabastecimento, vai acabar impactando os mais pobres, os mais vulneráveis e prejudicando a população", declarou.