De olho nas eleições argentinas, o governo brasileiro vai intensificar as negociações para baixar, já a partir de janeiro, a tarifa externa comum (TEC) cobrada pelos membros do Mercosul na importação de produtos de outros países. Com receio de que o grupo político da ex-presidente do país vizinho Cristina Kirchner - conhecida pela adoção de políticas intervencionistas na economia - volte ao poder, o governo brasileiro tem pressa. Segundo apurou o 'Estadão/Broadcast', plataforma de notícias em tempo real do Grupo Estado, o Brasil negocia com Argentina, Paraguai e Uruguai um cronograma para cortar taxas já no início de 2020.
A intenção é que a tarifa externa comum, hoje em 14% em média, seja reduzida pela metade ao fim de períodos de quatro, seis ou oito anos - a depender do setor da economia. No caso de bens de informática e capital, o plano é que o corte no imposto de importação seja mais profundo e mais rápido: de 14% para 4% até o fim de 2021.
Essas negociações já vinham sendo feitas, mas a vitória do opositor Alberto Fernández, que tem Cristina Kirchner como vice, nas eleições primárias argentinas no último domingo acenderam um alerta na equipe econômica brasileira. A ideia é antecipar ao máximo as tratativas e tentar fechar acordos até dezembro, ainda no governo de Maurício Macri.