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Estudo da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) afirma que a contratação de usinas térmicas a gás natural, prevista na Medida Provisória 1.031, da privatização da Eletrobras, vai garantir uma economia de R$ 8 bilhões para consumidores de energia elétrica, com impacto nas tarifas da ordem de 3,3% no mercado regulado e de 5% no mercado livre.
O documento foi divulgado às vésperas da votação da proposta da MP no Senado, marcada para a próxima quarta-feira (16). A inclusão da contratação de termelétricas a gás natural em leilões de reserva de capacidade, conforme previsto na MP, vem sendo criticada pela maioria do setor elétrico, já que além de prever a contratação de 6 gigawatts (GW) compulsórios em térmicas, também indica os locais que deveriam ser construídas: Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A obrigação, dizem agentes do mercado, vai na contramão da modernização do setor, que visa estimular a competitividade.
Já para a Abegás, por serem 70% inflexíveis, ou seja, de uso constante, as térmicas mais caras, despachadas pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), não seriam mais usadas, trazendo economia para a operação. De acordo com o estudo, a economia com a contratação de 6 GW em térmicas a gás, com fator de capacidade mínimo de 70%, pode chegar a algo próximo de R$ 21 bilhões, enquanto a despesa no mesmo período corresponde a algo próximo de R$ 13 bilhões, resultando na economia de R$ 8 bilhões. O estudo leva em consideração um cenário com base no histórico de fatores hidrológicos que culminaram com uma seca histórica em reservatórios de usinas hidrelétricas.
"O nível de água dos reservatórios, em média, vem baixando nos últimos 10 anos, principalmente desde 2014. E a falta de água pode comprometer a segurança de abastecimento, uma vez que a fonte hidráulica tem mais de 60% da matriz elétrica brasileira. A melhor maneira segura de corrigir isso são as térmicas a gás natural", defende o presidente executivo da Abegás, Augusto Salomon. Para ele, a contratação dessas térmicas pode ser um sinal econômico importante para atrair novos negócios, além de promover a integração do setor elétrico com o setor de gás natural.
"É consenso que a população e o setor de produtivo não podem atravessar essa década sob a ameaça de um apagão ou de racionamento de energia. O simples temor de falta de energia pode travar investimentos. Seria péssimo que o Brasil comprometa sua retomada de crescimento econômico", diz Salomon.