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O Tesouro Nacional projeta uma necessidade de financiamento do setor público de 17,2% do Produto Interno Bruto (PIB) para o fim de 2020. O valor é em virtude dos gastos extras para combater os efeitos da Covid-19 na saúde e na economia, que estão sendo pagos através da emissão de dívida. Até o fim do ano, o governo vai gastar R$ 587,7 bilhões com esses gastos extras.
O aumento na necessidade de financiamento explica a alta significativa da Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) como proporção do PIB: saiu de 29,9% da DBGG em 2019 para 38,3% em agosto de 2020. Os números, segundo o Tesouro, ilustram a necessidade de "retomada da trajetória de consolidação fiscal através da agenda reformas estruturantes com foco na redução do déficit público e no aumento da produtividade da economia".
Já no âmbito da gestão da dívida pública, o Tesouro diz que o desafio é voltar a alongar o prazo médio das emissões, mas mantendo seu custo médio em níveis baixos. Para este fim, diz a secretaria, é fundamental a "retomada do processo de consolidação fiscal através do avanço da agenda de reformas proposta, dentre elas a PEC Emergencial, a PEC do Pacto Federativo e a Reforma Administrativa". "Tais reformas fortalecem o compromisso do governo com a sustentabilidade fiscal, por meio do teto de gastos, que se tornou a principal âncora fiscal de médio prazo do país", afirma o Tesouro em nota.