Os reguladores europeus suspenderam sua investigação antitruste sobre o plano da Boeing de investir na brasileira Embraer, alegando não ter recebido informações suficientes das fabricantes de aviões. A Comissão Europeia investiga o empreendimento, alertando que o acordo pode remover a Embraer como terceiro maior concorrente global da Boeing e da Airbus, o que "pode resultar em preços mais altos e menos opções". A comissão, um dos reguladores de fusões mais rigorosos do mundo, disse na segunda-feira (11) que "parou o relógio" e que uma revisão só pode ser reiniciada depois de obter as respostas necessárias.
O escrutínio intensificado coloca nova pressão no plano da Boeing de adquirir 80% de participação em um empreendimento que controla os negócios comerciais de aeronaves e serviços da Embraer. A medida, que ampliaria o alcance da Boeing no mercado de jatos regionais a partir do acesso à família E-Jet, pretende ampliar a competitividade das duas empresas frente à Airbus, que em 2018 assumiu dos aviões série C da Bombardier, agora conhecidos como A220.
Os reguladores disseram que não viram rivais em potencial da China, Japão ou Rússia que pudessem replicar a concorrência da Embraer com a Airbus e a Boeing nos próximos cinco ou 10 anos. Procurada pela Gazeta do Povo, a companhia brasileira se manifestou em nota, na qual afirma que "Embraer e Boeing têm atuado junto à Comissão Europeia e outras autoridades regulatórias globais desde o ano passado, sendo que já recebemos autorização para concluir a transação de algumas jurisdições, incluindo Estados Unidos e Japão. Continuamos a cooperar com a Comissão Europeia em sua avaliação sobre a transação e aguardamos uma solução positiva".