O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, passou a quinta-feira (18) tentando acalmar caminhoneiros após novo anúncio de alta dos preços do óleo diesel. De manhã, a Petrobras havia comunicado reajuste de 15% no combustível nas refinarias, o que provocou uma onda de descontentamento entre transportadores autônomos.
Em mensagem de áudio a um interlocutor da categoria, Tarcísio afirmou que a tendência é de que o preço do petróleo continue subindo no mercado internacional, passando de US$ 70 por barril até o fim do ano, e que o governo estuda medidas para atenuar o impacto para o consumidor final. Mas o ministro reiterou que o Executivo não pode interferir no preço dos derivados que a Petrobras cobra nas refinarias.
"É lógico que da nossa parte nós vamos pensar em medidas para tentar aliviar na bomba para o consumidor, o que não é fácil. Todo mundo fala, como se fosse simples, 'tem que acabar com paridade internacional da Petrobras'. A gente não pode intervir na empresa, a empresa tem acionista minoritário, isso já custou muito caro para a Petrobras, a Petrobras pagou multas caríssimas lá atrás, isso implica em crime de responsabilidade", disse Tarcísio. "Não adianta achar que vai mexer no preço, pois seria muito fácil. Se não tivesse consequência, a gente já teria feito. Se a gente não fez é porque não é possível", completou.
Horas depois, o presidente anunciou em sua live semanal, ao lado do ministro, que vai zerar por dois meses os tributos federais do diesel. E também afirmou que haverá mudanças na Petrobras, mesmo enfatizando que não pode intervir na estatal. Nem Bolsonaro nem o Ministério da Economia detalharam como atenderão a exigência – da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) – de compensar a renúncia fiscal, mas recentemente o presidente defendeu uma revogação desse ponto da lei.