O mercado de automóveis deverá crescer pelo terceiro ano seguido (a previsão é de um avanço de 7,5%), impulsionado pelos clientes pessoa jurídica. É o que indica a receita do governo com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) a partir da venda de carros, cuja arrecadação cai, apesar do aumento das vendas.
No primeiro semestre de 2019, o número de automóveis emplacados teve expansão de 11,2% em relação à primeira metade do ano passado, segundo dados da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). A arrecadação com o IPI sobre automóveis, que em tese deveria acompanhar este movimento, no entanto, registrou queda de 3,1% no período, já retirados os efeitos da inflação.
Uma possível explicação para o desequilíbrio estaria na mudança na composição dos carros vendidos - os de valores mais altos, voltados ao público de maior renda, em detrimento dos modelos populares - e no avanço das vendas de carros para as empresas que, por comprarem em quantidade, tem maior poder de barganha na obtenção de descontos junto às montadoras. No primeiro semestre, elas cresceram 23,5%, enquanto as voltadas ao consumidor pessoa física avançaram 2,1%. Com isso, a participação da venda para empresas, chamadas de vendas diretas, subiu para 45% neste ano, ante 25% em 2012.