À venda
Após decisão do Cade, a Brasil Foods definiu quais fábricas serão passadas adiante.
Unidades industriais que serão vendidas
- São Gonçalo dos Campos (BA)
- Bom Retiro do Sul (RS)
- Lages (SC)
- Salto Veloso (SC)
- Duque de Caxias (RJ)
- Santa Cruz do Sul (RS)
- Três Passos (RS)
- Brasília (DF)
A BRF venderá também parte das plantas de Carambeí (PR) e Várzea Grande (MT), além de negociar os equipamentos industriais da fábrica de Valinhos (SP).
A BRF-Brasil Foods informou ontem a lista das fábricas que será obrigada a vender por determinação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), para viabilizar a fusão entre Sadia e Perdigão. Segundo analistas, os ativos não estão entre os mais modernos da empresa, mas não devem faltar compradores para um pacote que pode valer entre R$ 1,7 bilhão e R$ 3 bilhões.
Parte da unidade de Carambeí, nos Campos Gerais, está na lista, que inclui ativos que vão da Bahia ao Rio Grande do Sul, passando por algumas fábricas no Centro-Oeste. A concentração é maior no Sul (berço de Sadia e Perdigão) e no Sudeste, onde está a maior parte do mercado consumidor para processados de carne no país. "Estamos vendendo uma empresa com abrangência nacional e capacidade de concorrer conosco", disse Wilson de Mello Neto, vice-presidente de assuntos corporativos da BRF.
O órgão de defesa da concorrência determinou à Brasil Foods que venda uma série de marcas populares, dez fábricas de alimentos processados, oito centros de distribuição, dois abatedouros de suínos e dois abatedouros de aves. Cerca de 9 mil funcionários trabalham nessas unidades. O acordo com o Cade obriga o comprador a garantir emprego por seis meses. Essa "nova empresa" terá uma capacidade de processamento de 730 mil toneladas de carne e um faturamento estimado de R$ 1,7 bilhão.
A Brasil Foods contratou o banco BTG Pactual, de André Esteves, para fazer uma avaliação dos ativos e preparar o negócio para a venda. Com base na margem de lucro da empresa, os analistas calculam que os ativos devem valer cerca de R$ 1,7 bilhão, mas algumas estimativas chegam a R$ 3 bilhões. O BTG deve finalizar a avaliação em setembro e dar largada às negociações. Não foi divulgado o prazo estipulado pelo Cade para a venda dos ativos, mas fontes próximas acreditam que ele vai até julho do próximo ano. Não devem faltar pretendentes. Tyson, Marfrig e JBS já procuraram a BRF.Segundo analistas ouvidos pela reportagem, as unidades colocadas à venda não incluem as fábricas mais modernas da Brasil Foods, localizadas em Rio Verde (GO), Lucas do Rio Verde (MT) e Vitório do Santo Antão (PE). O Cade estabeleceu o volume de vendas, mas foi a empresa que escolheu as unidades que disponibilizaria aos concorrentes. "O pacote não incluiu as melhores unidades, mas a maior parte das fábricas da BRF está muito acima da média do mercado", disse um analista que preferiu não se identificar.
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