A Brasil Foods, quinta maior empresa global de carnes, lamenta não poder, ainda, comercializar seus produtos nos Estados Unidos, um dos principais mercados mundiais para proteína animal, e avalia possibilidades de obter esse acesso, inclusive por meio de aquisições.

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A empresa brasileira, resultante da incorporação da Sadia pela Perdigão, obteve aprovação do Cade na segunda-feira para passar a coordenar, como uma empresa só, suas atividades para o mercado de exportação e espera elevar suas vendas externas a partir do ano que vem, apesar de seguir alijada do varejo dos EUA.

"O mercado dos Estados Unidos é o mais importante dentre aqueles em que ainda não atuamos, com certeza", disse a jornalistas o copresidente do conselho de administração da Brasil Foods, Luiz Fernando Furlan, durante evento na Bovespa que marcou o início dos negócios das ações da empresa sob um único código.

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O Brasil não pode exportar produtos derivados de aves e suínos para os Estados Unidos porque ainda não existe um acordo sanitário entre os dois países. A eventual obtenção de um acordo do tipo esbarra em questões técnicas e também políticas.

"Há um trabalho do governo para que isso saia (a abertura), mas também avaliamos outras opções", disse Furlan.

Questionado se a companhia estava em processo de análise de ativos nos EUA para uma eventual aquisição, ele respondeu: "Não posso antecipar. É uma possibilidade".

O grupo brasileiro JBS, maior empresa global no setor de carnes, ampliou fortemente suas atividades em exportação ao obter acesso a mercados antes fechados, como os Estados Unidos, utilizando-se de aquisições de empresas.

Na semana passada, o JBS entrou em aves, o principal ramo de atuação da Brasil Foods, ao adquirir a norte-americana Pilgrim's Pride.

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Conversas com JBS

Furlan revelou que a Sadia chegou a manter negociações com o JBS para uma eventual combinação das operações, mas que a maioria dos acionistas preferiu a opção de juntar-se à Perdigão.

O diretor presidente da Brasil Foods, José Antonio do Prado Fay, comentou declarações do presidente do JBS, Joesley Batista, de que a empresa não pretende atuar no mercado de aves e suínos no Brasil, setor liderado pela BRF.

"Acho que faz sentido. As duas empresas têm estratégias bem diferentes. O JBS atua mais do lado de commodity, exportando volumes, nós temos estratégia focada em marca. Não estou dizendo o que está certo ou errado, são apenas diferentes".

Fay afirmou que a BRF pediu ao Cade que autorizasse a coordenação pelo menos no setor externo entre Sadia e Perdigão, para elevar a competitividade, principalmente no momento em que o real valorizado aperta as margens da empresa nas vendas externas.

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Ele não vê, aliás, eventual mudança na tendência cambial nos próximos meses.

"O dólar não está ajudando muito, mas nós não esperamos recuperação do dólar (ante o real) no curto prazo".

Segundo ele, a empresa trabalha para ganhar competitividade em outras frentes, e os ganhos de sinergias com a fusão serão importantes nesse sentido.