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Cúpula

Brics pedem reforma no FMI e Dilma critica países ricos

A presidente Dilma Rousseff discursa durante a conferência do grupo de países emergentes Brics, na Índia | AFP PHOTO/ Prakash SINGH
A presidente Dilma Rousseff discursa durante a conferência do grupo de países emergentes Brics, na Índia (Foto: AFP PHOTO/ Prakash SINGH)

A presidente Dilma Rousseff acusou os países desenvolvidos de prejudicarem outros com políticas monetárias "injustas". As declarações da presidente foram dadas na conferência do grupo de países emergentes Brics nesta quinta-feira (29), em Nova Délhi, onde líderes do grupo pressionaram as potências ocidentais a ceder mais direitos de voto no Fundo Monetário Internacional (FMI) neste ano. A política monetária do mundo rico "traz vantagens comerciais enormes para os países desenvolvidos, e resulta em obstáculos injustos para os outros países", disse Dilma. O Brasil acusa países ricos de provocarem um "tsunami monetário" ao adotar políticas expansionistas, como taxas de juros baixas e programas de compra de títulos. As políticas têm o objetivo de estimular as economias da Europa e dos Estados Unidos, mas também provocaram uma onda de liquidez global que afetou mercados emergentes como o Brasil, fortalecendo suas moedas e tornando suas economias menos competitivas no exterior. Em comunicado conjunto, os países que formam os Brics -Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul- pressionaram por mais direitos de voto no FMI. "Esse processo dinâmico de reforma é necessário para garantir a legitimidade e a efetividade do Fundo", afirmaram os países após o primeiro dia de reunião. "Realçamos que o esforço contínuo para elever a capacidade de empréstimo do FMI só terá sucesso se houver confiança de que todos os membros da instituição estão verdadeiramente comprometidos em implementar fielmente a Reforma de 2010 ." As mudanças prometidas nos direitos de voto no FMI ainda não foram ratificadas pelos Estados Unidos, ampliando a frustração em relação às reformas do G7 e do Conselho de Segurança da ONU, onde Índia e Brasil pleiteiam há anos assentos permanentes. Os líderes dos Brics também acusaram países ricos de desestabilizarem a economia mundial cinco anos após a crise financeira global. "É crítico que economias avançadas adotem políticas macroeconômicas e financeiras responsáveis, evitando a criação de uma liquidez excessiva global, e adotem reformas estruturais para impulsionar o crescimento que crie empregos", disseram eles no comunicado conjunto. Diretos nucleares do Irã A declaração afirmou que a crise sobre o programa nuclear do Irã deve ser resolvida de forma diplomática e não se deve permitir que aumente. Houve também reconhecimento do direito do Irã de buscar energia nuclear pacífica. "Concordamos que uma solução duradoura para os problemas na Síria e no Irã só pode ser encontrada através do diálogo", disse o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh. Os cinco países que formam os Brics e que juntos respondem por quase metade da população mundial e por um quinto da produção econômica, assinaram um acordo para ampliar as linhas de crédito em suas moedas locais, com o objetivo de reduzir o papel do dólar no comércio entre eles. O grupo também concordou em examinar com atenção uma proposta indiana para criar um Banco de Desenvolvimento Sul-Sul, liderado pelos Brics, fundado e gerenciado pelos Brics e por outros países em desenvolvimento. "Instruímos os ministros das finanças a examinarem a proposta e responder na próxima reunião", disse Singh.

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