Lojistas pedem mais crédito
Em fevereiro, o governo federal anunciou uma linha de crédito para garantir capital de giro e socorrer os revendedores de usados e seminovos que estavam vendendo os carros do pátio por valores menores do que tinham pago.
Até o começo do ano, a loja do empresário Guaracy Marinho, no bairro Santa Felicidade, se chamava Montanna Veículos, os carros no pátio custavam em torno de R$ 40 mil e a placa do estabelecimento exibia o slogan "aqui é a sua paixão". Rebatizada, a revendedora hoje leva o nome de Local Seminovos, trabalha com automóveis na faixa de R$ 15 mil a R$ 20 mil e adotou o lema "aqui é mais barato". Um símbolo da mudança do mercado, que, desde a baixa do IPI tributo que voltará a subir a partir de outubro passou a disputar o consumidor na base do preço. Segundo o presidente da Fenauto, Ilídio Gonçalves dos Santos, o valor dos usados nacionais caiu aproximadamente 30% após a crise. No caso dos importados, a baixa chegou a 45% em alguns casos, diz.
"Qualidade continua importante, mas hoje vendemos preço. A concorrência nos obrigou a fazer isso, porque, com a queda no valor dos novos, é preço o que o consumidor tem buscado. Temos que caprichar na negociação de compra, e vender em grande quantidade. A margem de lucro por veículo caiu, mas, vendendo mais, conseguimos nos aproximar do faturamento total de antes", explica Guaracy Marinho, proprietário da Local Seminovos.
Marinho diz ter levado um grande prejuízo no início da crise, quando o preço de venda dos usados caiu abaixo dos valores que ele tinha pago para comprá-los. "Passei seis meses sem comprar, apenas me desfazendo do estoque que tinha, até porque boa parte dos clientes que vinham aqui vender seu carro não aceitavam a nova realidade, de preços de 15% a 30% mais baixos que antes. Mas, com o anúncio do fim do IPI reduzido, o mês de julho já foi muito bom para nós. O consumidor percebeu que os preços dos novos não cairão mais."
Mauro Marcos Golemba, dono da Marsil, no São Braz, conta ter sido menos prejudicado pela crise justamente por trabalhar com veículos mais antigos. Isso porque o barateamento dos veículos zero quilômetro prejudicou mais o mercado dos chamados seminovos, com um ou dois anos de uso. "Aqui na loja eu tenho só um funcionário e, como não pago aluguel, consegui me manter sem tantos problemas."
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