O BTG Pactual está avaliando comprar a participação da Caixa no banco Pan, apurou o Estadão com fontes a par do assunto. A Caixa é controladora do Pan, ao lado do BTG, com 32,8% do negócio. Na segunda-feira (24), o banco público reafirmou seu interesse em se desfazer da fatia no Pan por não considerá-la estratégica.
O banco Pan será usado pelo BTG para expandir sua presença no varejo voltado para as classes C e D. O banco de investimento, que tem reforçado sua aposta na plataforma digital, concentra sua carteira de clientes nas classes A e B.
"Estamos conversando com o BTG para sair do Banco Pan neste ano. Não faremos nada que não seja coordenado com os sócios (o BTG)", afirmou o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, ao divulgar os resultados da instituição financeira. Procurados, BTG e Pan não se manifestaram.
A venda da fatia da Caixa será feita depois que o banco público concluir a oferta de venda de ações do Pan na B3, bolsa paulista, segundo fontes a par do assunto. Primeiro, será feita uma oferta primária (para que a Caixa levante recursos e reduza ainda mais sua participação no banco). Depois, a Caixa pretende fazer uma oferta secundária.
O Pan é avaliado em R$ 3,8 bilhões no mercado. Segundo fontes, a Caixa quer valorizar ainda mais o preço das ações do Pan no mercado com as duas novas ofertas públicas de ações do Pan, antes de vender de vez sua fatia no banco.
Até 2011, o banco Pan era conhecido como Panamericano e pertencia ao empresário Silvio Santos. O BTG Pactual tornou-se acionista do Pan em fevereiro de 2011, ao comprar, por R$ 450 milhões, pouco mais de 50% das ações da instituição.
Silvio Santos vendeu o Pan para o BTG para liquidar uma dívida de quase R$ 4 bilhões, que tinha contraído com o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) e cobrir dois rombos no banco. A operação de venda foi fechada em poucos dias porque uma eventual quebra do Pan poderia provocar prejuízos ao sistema financeiro nacional.
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Guimarães confirmou também que o banco público pretende lançar ações da Caixa Seguridade no segundo semestre do ano. "O processo já está adiantado e acredito que a Oferta Inicial de Ações da Caixa Seguridade será feita em outubro ou novembro", afirmou.
Segundo ele, na sequência, o banco deverá abrir o capital da Caixa Cartões e da Caixa Loterias. Já a abertura de capital da gestora de recursos de terceiros Caixa Asset seria a última a ser feita, porque ainda depende da constituição da empresa. "Acredito que podemos ter o triplo de clientes da XP investindo com Caixa Asset. Teremos provavelmente os maiores fundos imobiliários do país, um com as agências e outro com prédios próprios", disse.
Guimarães disse ainda que a Caixa deixará a participação na corretora Wiz. "Não faz sentido a Caixa ser o único grande banco sem corretora 100% própria", disse. Segundo ele, o banco concentrará sua operação de corretora na Caixa Seguridade.