O BTG Pactual, que fechou na noite de segunda-feira (31) a compra da fatia do Grupo Silvio Santos no Banco Panamericano, informou nesta terça que não assumiu a dívida de R$ 2,5 bilhões do empresário e apresentador de TV com o Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
"O BTG Pactual não assumiu nenhuma dívida", informou a assessoria de imprensa do banco ao G1.
Em novembro, o Panamericano recebeu um aporte de R$ 2,5 bilhões, com recursos obtidos junto ao FGC, tendo os bens do grupo Silvio Santos como garantia, depois que o Banco Central identificou um rombo nas contas da instituição.
Durante o anúncio de que o banco fora vendido, na noite de segunda-feira, Silvio Santos afirmou que não possuia mais nenhuma dívida junto ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC). "O Grupo Silvio Santos não tem mais nenhuma dívida com o Fundo Garantidor".
"Agora eu estou livre. A televisão (SBT) que vocês queriam comprar, ou que alguém queria comprar, não está mais à venda. A Jequiti não está mais à venda. As Lojas do Baú não estão mais à venda. A única coisa que foi vendida foi o banco", disse ele.
Procurados pelo G1, nem o Panamericano nem o grupo Silvio Santos se pronunciaram sobre o assunto. O Fundo Garantidor de Créditos - que pode ter assumido o rombo - também não informou o destino da dívida.Operação
Com o acordo, a instituição passa a deter 34,64% do Panamericano, com 51% das ações ordinárias o que garante o controle do banco e 21,97% das preferenciais.
"O patrimônio do Grupo BTG Pactual é de aproximadamente R$ 7,3 bilhões e o do Banco BTG Pactual, de R$ 5,6 bilhões", diz a instituição em nota.
Pelo acordo, a Caixa Econômica Federal (CEF) manterá sua participação de 36,56% no capital social total do banco. Será feita ainda, na data da conclusão do negócio, uma Oferta Pública de Aquisição de Ações (OPA) aos acionistas minoritários, nas mesmas condições oferecidas ao acionista controlador, pelo preço de R$ 4,89 por ação.
O comando do Panamericano ficará nas mãos de José Luiz Acar Pedro, sócio do BTG.
Crise
De acordo com o Banco Central, o Panamericano mantinha em seu balanço, como ativos, carteiras de crédito que já haviam sido vendidas a outros bancos. Também houve duplicação de registros de venda de carteiras. Com isso, o resultado do banco era inflado.
Em novembro, o Banco Central e o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) organizaram um plano que resultou na injeção, pelo FGC, de R$ 2,5 bilhões no Panamericano para reforçar o seu balanço e evitar uma corrida aos depósitos. O FGC emprestou o dinheiro a Silvio Santos, que deu como garantia as empresas do seu grupo, que incluem uma emissora de televisão e uma fabricante de cosméticos.
Especializado nos segmentos de leasing e financiamento de automóveis, o Panamericano teve 49% do capital votante e 35% do capital total vendido para o banco estatal Caixa Econômica Federal em dezembro de 2009, por R$ 739,2 milhões.
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