• Carregando...
Tatiana Reichamann, da Ademilar: consórcio requer planejamento de quem vende e de quem compra | Divulgação
Tatiana Reichamann, da Ademilar: consórcio requer planejamento de quem vende e de quem compra| Foto: Divulgação

Prós e contras

Veja as vantagens e desvantagens do consórcio em relação ao financiamento para aquisição da casa própria:

Vantagens

Juros - O consórcio não prevê a incidência de juros sobre o valor do bem. Além da mensalidade, o consorciado paga uma taxa de administração proporcional ao valor da parcela.

Lance - É possível utilizar o saldo do FGTS para dar como lance para ser contemplado em um grupo.

Adiantamento - As parcelas pagas antecipadamente são válidas como lance.

Desvantagens

Incerteza - O consorciado não recebe o imóvel de imediato. Fica dependendo dos sorteios ou da contemplação através de um lance.

Inadimplência - Ao contrário do financiamento, no consórcio a inadimplência de algum outro consorciado pode ter impactos negativos para todo o grupo.

Desistência - A desistência em um grupo pode custar caro, já que existe uma multa por rescisão contratual. A nova lei prevê o reembolso das parcelas pagas, mas isso fica sujeito ao fluxo de caixa dos grupos.

Fonte: Abad/PR / Mercado

  • Como funciona
  • Simulação

A nova lei dos consórcios, que entrou em vigor no início de fevereiro permitindo ao usuário contemplado quitar financiamentos imobiliários com a carta de crédito, causou uma reviravolta neste mercado.

No primeiro bimestre, em função da crise, a venda de novas cotas sofreu queda de 16,6% em todo o país, a primeira retração após mais de cem meses de crescimento consecutivo. Foram 25 mil cotas vendidas para aquisição de imóveis em janeiro e fevereiro, contra 30 mil no mesmo período do ano passado.

Já em março, após a vigência da nova lei, as vendas atingiram 22,3 mil, acelerando 69% na comparação com fevereiro (13,2 mil) e trazendo o resultado do primeiro trimestre de volta para o campo positivo, com crescimento de 3,2% sobre 2008. Os dados são da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios.

Essa recuperação levou o setor a prever um crescimento de 40% nos resultados de 2009.

E foi justamente a possibilidade de quitar o financiamento imobiliário com o crédito do consórcio que levou o servidor público federal Marcos Rogério Pires Bueno a adquirir uma cota no último mês de março. Ele mora em um imóvel no valor de R$ 130 mil, financiado em dez anos pela Caixa Econômica Federal, pelo qual paga uma mensalidade de R$ 2,3 mil. No consórcio, para uma carta de crédito de R$ 100 mil, em doze anos, a mensalidade é de R$ 880.

Para Bueno, o principal atrativo da modalidade é justamente o custo mais baixo na comparação com o financiamento bancário.

"Ainda posso usar o Fundo de Garantia [FGTS] para dar um lance, reduzindo as prestações, e conseguir a carta [de crédito] para quitar o financiamento", diz.

O servidor conta que tinha receios em relação ao sistema de consórcio. "Mas acabei entrando em um grupo para a compra de um carro e fui contemplado logo no início. Vendi a carta de crédito e vi que era um bom negócio. Agora quero ver se consigo sair do financiamento", conta.

O presidente da regional Sul da Abac e gerente comercial do Consórcio Servopa, Gilberto Marenda Pereira, ressalta que uma campanha institucional, veiculada na televisão em rede nacional no mês de março, também pode ter contribuído para a retomada das vendas. "Também é preciso levar em conta que, em janeiro e fevereiro, ainda havia uma desconfiança muito grande sobre o futuro econômico. Hoje há uma acomodação, com uma virada razoável no cenário", avalia. Com isso, o dirigente aposta em um crescimento de até 40% sobre o resultado do ano passado.

A diretora superintendente de consórcios da Ademilar, Tatiana Reichmann, afirma que mesmo nos dois primeiros meses do ano sua empresa teve resultados positivos na comparação com 2008.

"Com o cenário econômico, esperávamos um início de ano mais difícil, mas acabamos com um resultado cerca de 70% maior, o que nos levou a abrir dois novos grupos", afirma. "Consórcio não é um produto muito simples de ser vendido. Requer planejamento, tanto de quem vende quanto de quem compra. Mas o consumidor está buscando o consórcio como um investimento", avalia.

Perfil

De acordo com Bueno, quase 90% dos clientes de consórcio já têm imóvel próprio. "O consórcio é um sistema interessante, mas não é o melhor caminho para quem quer adquirir seu primeiro imóvel", diz. Segundo ele, a desvantagem é que, ao contrário do financiamento, o consórcio não garante a entrega imediata do bem. "Geralmente são pessoas que querem se mudar para um imóvel melhor, mas não têm tanta urgência. Assim, quando contemplado, este cliente vende o imóvel atual e usa a carta de crédito para comprar um novo", explica.

Uma pesquisa da Abac mostra que a classe B, que possui renda média mensal entre R$ 4 mil e R$ 8 mil, representa 64% dos clientes de consórcios, enquanto a classe A representa 21%. A classe C, com renda média de R$ 1.370, representa apenas 10%, justamente pela dificuldade dessas famílias em arcar com as despesas do aluguel e a mensalidade do consórcio simultaneamente.

Atualmente, existem 513 mil consorciados na compra de imóveis em todo o país. O número é 9,3% maior que no mesmo período de 2008.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]