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Universal

Instrumento pode ser usado por todas as atividades

Segundo o diretor da área de riscos de negócios da Delloite, Gustavo Lucena, qualquer empresa pode adotar a compliance, mas alguns setores buscam com mais frequência. "Eu posso dizer que o setor que mais vem procurando o programa é o mercado financeiro e farmacêutico, seguido das companhias de construção civil e logística, manufaturas, bens de consumo e, por fim, varejo."

Investimento

O investimento na ferramenta varia muito de negócio para negócio. Mas, de acordo com Lucena, um bom serviço de compliance pode custar até R$ 5 milhões ao ano. O sócio da KPMG, Luís Cabral, consegue dar um preço mínimo. "Em uma consultoria de um dia, por exemplo, nós podemos cobrar R$ 3 mil."

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A procura pelas ferramentas de compliance, que significa "estar de acordo com as regras", está crescendo no Brasil. Segundo empresas do setor, a alta será de, em média, 25% neste ano na comparação com 2012. "A busca aumentou nos últimos tempos porque as empresas querem estar em conformidade com leis e regulamentações e porque querem atrair investimentos", relata Luís Cabral, da KPMG.

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Só a equipe de investigação da PricewaterhouseCoopers Brasil (PwC) cresceu 33% neste ano, segundo o sócio da empresa, Martin Whitehead. "Ao analisar isso você pode entender o quanto nós crescemos." A PwC, junto com KPMG, Ernst & Young (EY) e Deloitte são conhecidas no mercado de compliance como as "Big Four" – as quatro maiores empresas do setor.

O que é?

O compliance surgiu no mercado financeiro e começou a se popularizar logo após o atentado de 11 de setembro e aos escândalos financeiros de Wall Street. A ferramenta visa deixar a companhia em conformidade com as leis – sejam nacionais ou internacionais – e criar regras internas de conduta visando prevenir fraudes.

"O serviço envolve analisar todos os riscos que pode trazer uma perda de licença, um pagamento de multa ou uma mancha à reputação. Falo de questões tributárias, ambientais, trabalhistas, trabalho de menor aprendiz, trabalho vinculado à escravidão, questões vinculadas à fiscalização", relata o diretor da área de riscos de negócios da Deloitte, Gustavo Lucena.

A chefe global de segurança empresarial da Braskem, Olga Pontes, resumiu bem a ferramenta durante o Fórum Transparência e Competitividade da Fiep em novembro. "É como se o responsável pelo compliance ficasse na cabeça do dono da empresa falando para ele para tomar cuidado na hora de dar um passo."

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Como é uma ferramenta ampla, é possível dividi-la em dois momentos: primeiro há um fortalecimento da cultura anticorrupção dentro da empresa, o que envolve normas de conduta interna e externa, e depois um trabalho de monitoramento e controle das ações com o objetivo de não ferir alguma lei ou regra.

"Em um primeiro momento nós implementamos um programa para que os funcionários falem sobre a companhia. Com base nesse papo inicial, desenvolvemos um código de conduta para ser seguido tanto em relações internas quanto externas", conta a coordenadora de ética e desempenho da Conformity, Brunna Batista.

Já o serviço de monitoramento é parecido com uma delegacia focada em crimes econômicos. "Nós monitoramos tudo, pois na hora da fraude o pessoal é muito criativo. Há casos de clientes que têm caminhão de produtos que quando chega ao destino já estão sem mercadoria", relata o sócio da Ernst & Young (EY) de Curitiba, Ivan Siqueira.

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