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Aviação

Busca por passagens cresce após liberação tarifária

O empresário Roberto Jacomelli, que vai viajar para o Canadá: “Por enquanto, preços continuam abusivos” | Hedeson Alves/Gazeta do Povo
O empresário Roberto Jacomelli, que vai viajar para o Canadá: “Por enquanto, preços continuam abusivos” (Foto: Hedeson Alves/Gazeta do Povo)
Confira como os preços poderão ser praticados |

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Confira como os preços poderão ser praticados

A aprovação da liberdade tarifária para as companhias aéreas que operam voos internacionais partindo do Brasil animou os turistas e aumentou o movimento nas agências de turismo de Curitiba. Mas, na prática, quem se apressou em busca de uma passagem mais barata se frustrou ao saber que, por enquanto, nenhuma companhia concedeu descontos. Como estratégia para não perder o volume de clientes dispostos a viajar, algumas operadoras estão vendendo os pacotes e adiando a compra da parte aérea.

Antes da aprovação da resolução da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), os preços das passagens internacionais obedeciam a um piso, limitando a prática de promoções. A liberação permitirá, de forma progressiva, que as companhias estabeleçam preços livremente.

"Se pudesse, compraria as passagens na véspera do embarque para aproveitar as promoções. Ficarei contente se puder economizar um pouco", afirma Ana Maria Ribas, que ontem foi a uma agência de turismo para fechar a viagem que fará pela Europa com a família. O destino e a data já haviam sido definidos, mas ontem, ao saber que os descontos ainda não entraram em vigor, ela decidiu adiar apenas a compra das passagens.

O empresário Roberto Júnior Jacomelli pretende ir a passeio ao Canadá, mas ainda não encontrou bons preços. "Infelizmente, os preços são quase abusivos para viajar ao exterior. Uma economia de US$ 100 já faz alguma diferença", garante.

Inicialmente, as companhias poderão conceder descontos de até 20% sobre a tabela de referência, determinada com base nos menores preços praticados no mercado. O limite dessa redução será de 50% e 80% dentro de três e seis meses, respectivamente. Em um ano, os descontos estarão totalmente liberados. Com isso, nada impede, por exemplo, que uma companhia ofereça passagens a US$ 10 para rotas internacionais, se assim desejar.

O consultor de aviação e professor de Mercadologia e Gestão de Empresa Aérea da Faculdade de Ciências Aeronáuticas da Universidade Tuiuti do Paraná, Mauro Martins, explica que a medida chega num momento em que o mercado de aviação brasileiro para o exterior sofre uma retração de 8%.

"Existe um tempo de maturação até que as tarifas cheguem ao consumidor. Se o mercado estivesse operando plenamente, poderíamos projetar uma queda imediata nos preços com o consequente aumento de 25% na ocupação de passageiros", calcula Martins.

Segundo o consultor, as empresas norte-americanas devem ser as primeiras a praticar descontos, em um prazo de aproximadamente dez dias. "Estas empresas sofreram mais com a crise e precisam de novos clientes", afirma.

O presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens do Paraná (Abav-PR), Antônio Azevedo, está otimista com a medida e acredita que a redução tarifária deve incorporar novos consumidores ao turismo internacional. Segundo ele, a aposta do setor de turismo de lazer será Miami, nos EUA. "Esse foi o destino que mais cresceu nos últimos anos e é o preferido pelos brasileiros. Quem, nos últimos meses, viajou para o Chile e Argentina agora vai querer subir de patamar, buscando alternativas para os EUA e Europa", avalia.

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