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EXPANSÃO

Buscapé quer ser mais que um comparador de preços

O Buscapé quer ser mais que um comparador de preços. Ele vai se transformar em uma plataforma completa de compra. Na foto, uma reunião interna da empresa. | Divulgação/
O Buscapé quer ser mais que um comparador de preços. Ele vai se transformar em uma plataforma completa de compra. Na foto, uma reunião interna da empresa. (Foto: Divulgação/)

Depois de ser a empresa brasileira sensação no início da internet comercial, o Buscapé quer recuperar seu protagonismo. A empresa vai deixar se ser apenas um buscador e comparador de preços para se tornar uma plataforma completa de compra, com venda de produtos de várias categorias. A novidade pode ser lançada ainda neste ano, durante a Black Friday, em novembro, e surge para salvar o negócio que estava há 18 anos atrelado a um modelo que se provou insustentável com o tempo.

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“Só o buscador não é sustentável economicamente. Na Europa, já não existem mais somente buscadores e comparadores de preço”, afirma o CEO do Buscapé Company, Sandoval Martins, que assumiu a companhia em março do ano passado. O executivo explica que o modelo ficou financeiramente inviável devido à concorrência com e-commerces, marketplaces e varejistas “on stop shop”, ou seja, que oferecem todos os produtos e serviços que o cliente precisa em um só lugar.

Desde quando foi fundado, em 1999, o Buscapé é um comparador de preços. A ferramenta permite que você busque e compare itens de informática, eletroportáteis e eletrodomésticos. Mas, para ver a descrição do produto, ler uma avaliação e fazer a compra, você precisa ser redirecionado à página do varejista que está oferecendo o item.

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Modelo de negócio virou referência

No início da internet comercial, o modelo deu certo, virou febre e o Buscapé se tornou referência para qualquer empresa de tecnologia. Romero Rodrigues, Rodrigo Borges e Ronaldo Takahashi, estudantes de engenharia da computação na época, foram os responsáveis por desenvolver toda a tecnologia e tornar o buscador uma realidade. Eles também tiveram que penar atrás de grandes redes varejistas até vencer a barreira de desconfiança deles e convencê-los a fechar a parceria.

Nem mesmo a bolha da internet foi capaz de parar o negócio brasileiro. A empresa chegou a ter 600 mil parceiros cadastrados em seu site e 68 milhões de clientes. Os bons resultados levaram o grupo de mídia sul-africano Naspers a comprar o Buscapé em 2009 por US$ 342 milhões, uma das maiores aquisições já feitas por uma empresa nacional de tecnologia.

Só que o Buscapé ficou parado no tempo. E a Naspers deixou de focar apenas no seu negócio carro-chefe para tentar tornar a companhia em grupo de mídia e varejo. Foram feitas diversas aquisições entre marketplaces, buscadores concorrentes, cupons de desconto, empresas de publicidade e marketing, classificados e meios de pagamentos para criar um grupo completo. O plano não saiu como esperado e o carro-chefe, o Buscapé, chegou a ficar deficitário.

Transformação

Agora, uma nova luz surge no caminho. Sob o comando de Sandoval Martins desde março de 2016, o Buscapé está passando por uma transformação com o objetivo de virar uma plataforma completa de compra. Todo o time de gestores já foi reformulado e passou a ser composto por profissionais com passagem pelas principais empresas de tecnologia e varejo do mercado, com B2W, Cnova e Grupo Pão de Açúcar.

A nova plataforma também já está quase pronta. “90% da tecnologia já está preparada para esse novo Buscapé”, diz Martins. A base tecnológica que o Buscapé usava era a mesma da época da fundação e já apresentava alguns defeitos. Uma revolução foi feita nos códigos e muitas ferramentas existentes no mercado foram incorporadas para que tudo funcione nas exigências atuais da internet.

Agora, falta ajustar os últimos detalhes para colocar a plataforma no ar. O desafio será torná-la rentável o suficiente para que ela financie o crescimento do grupo e recupe o protagonismo da marca.

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