Em outra tentativa de acalmar a insatisfação diante da crise financeira, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, discursou nesta sexta-feira enfocando as medidas "sistemáticas, agressivas" tomadas por seu governo. Bush apontou as medidas para incentivar o crédito e fortalecer o capital dos bancos, mas advertiu que a volta ao normal dos mercados não será rápida.
O presidente norte-americano fez o discurso na Câmara de Comércio dos EUA, no qual repetiu que o governo não tem a intenção de estatizar instituições financeiras. Bush afirmou que as compras de participação em bancos realizadas pelo governo são temporárias e limitadas. "Eu sei que muito americanos têm reservas em relação à atuação do governo", admitiu Bush. "Essas não são circunstâncias comuns, nós tomamos essas medidas como um último recurso.
Bush avaliou que o próximo governo deve ter como prioridade uma reforma regulatória. O presidente enfatizou que as regras do sistema global financeiro não serão reescritas durante seu mandato. O G-8 (grupo formado pelos sete países mais industrializados do mundo, e a Rússia), sob pressão do presidente francês, Nicolas Sarkozy, deve discutir a crise em um encontro antes do fim do ano.
"A economia global do século 21 continua a ser regulada por leis escritas no século 20", disse Bush, lembrando que o secretário de Tesouro, Henry Paulson, propôs a revisão das medidas regulatórias nos EUA. "Tornar essas idéias leis deve ser uma importante prioridade do próximo presidente e do próximo Congresso.
Para Bush, as novas medidas não devem dificultar a tarefa das empresas de levantar capital, nem subir impostos ou implementar idéias protecionistas. Neste sábado (18), o presidente norte-americano se encontrará com o presidente da Comissão Européia, José Manuel Barroso, em Washington. A Casa Branca já adiantou que não surgirão novas políticas desse encontro.
"As ações levarão mais tempo para atingir todo seu impacto", afirmou Bush, referindo-se às respostas do governo para tentar conter a crise. "Levou um tempo para o sistema de crédito se congelar, levará um tempo para o sistema de crédito voltar ao normal.
Bush se disse confiante de que as medidas eram suficientes para resolver o problema. "O povo americano pode ficar confiante de que elas vão."