Marcas de um mesmo grupo, que até agora operavam de forma independente, Cabify e Easy passam a funcionar de forma integrada, no mundo todo, a partir de 2019. Com a mudança, a equipe brasileira herdada do antigo Easy Táxi passa a produzir tecnologia para a empresa em nível global. O anúncio foi feito pelo CEO global da marca, Juan de Antonio, nesta quarta-feira (23).
Sinais da integração já podiam ser sentidos no Brasil. No início de janeiro já era possível pedir um táxi dentro do aplicativo Cabify. A corrida vai para a rede de motoristas cadastrados no Easy. O modelo estava em testes desde o fim do ano passado, em Porto Alegre.
A integração entre as duas marcas ocorre em um momento em que a Cabify enfrenta uma contenda em seu país natal, a Espanha, na disputa entre táxis e aplicativos. O governo da Catalunha impôs regras mais rígidas para a solicitação de carros particulares, e a empresa chegou a anunciar que sairia de Barcelona. Depois, voltou atrás.
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Sem comentar esta querela de forma alongada (”mudanças regulatórias sempre vão existir”), o CEO da Cabify explicou que a unificação de marcas ocorre em um momento em que a indústria está em transformação. “Queremos estar comprometidos com o que os usuários necessitam”.
Na prática, a empresa quer oferecer serviços de mobilidade de forma integrada, e dar opções para o usuário escolher. Uma mesma pessoa poderia preferir um táxi no horário de pico em um dia chuvoso em São Paulo, por exemplo, e um motorista particular para voltar para casa de madrugada.
Brasil
As duas marcas continuam existindo de forma distinta. A avaliação é de que elas podem atingir públicos distintos. No Brasil, por exemplo, a Easy está presente em 58 cidades enquanto a Cabify, em apenas sete.
“No Brasil temos a tecnologia original da Easy, e este time continua trabalhando para a operação global”, explica Jorge Pilo, novo Country Manager da Easy/Cabify, agora responsável pelas operações de ambas as marcas. O país, onde as duas equipes já operavam em sinergia, pode servir de exemplo para a integração das plataformas ao redor do mundo.
Fundada no Brasil, em 2011, a Easy Taxi foi uma das primeiras plataformas de transporte privado da América Latina. Vendida à Cabify em 2017, com a promessa de que continuaria existindo enquanto marca independente, hoje a Easy responde por metade dos usuários e por dois terços dos veículos cadastrados na plataforma da empresa, em nível global.
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A ideia de ofertar uma diversidade de soluções em mobilidade deve incluir, ainda, patinetes elétricos, ainda sem data para estrear no Brasil; helicópteros sob demanda, já ofertados no Brasil pela Voom; e entregas por motocicleta, da parceira Glovo.
Na Espanha, a empresa já oferece o serviço de patinetes e scooters 100% elétricas, por meio da Movo. A startup, de compartilhamento de motos, deve implantar 20 mil patinetes na Espanha, México, Colômbia, Peru e Chile, nos próximos meses.
Mercado irracional brasileiro
Visivelmente incomodado com o comportamento de suas principais concorrentes no Brasil, o presidente da Easy/Cabify no país, Jorge Pilo, assegurou que a empresa vai continuar focando em qualidade e segurança. E não em conquistar mais passageiros.
“A gente tomou a decisão de não brigar por preço, não comprar passageiros” em um momento em que o mercado está “irracional”, diz. Hoje seus principais concorrentes gastam mais dinheiro para adquirir um passageiro do que ganham com esta corrida, avalia. Mas a tendência é o mercado se normalizar, em processo semelhante ao que ocorreu na China e no Sudeste asiático.
O Brasil, que já foi a maior operação da empresa no mundo, perdeu sua liderança para a Espanha. Mas compõe, com o México, a lista de três operações mais valiosas e rentáveis para a Cabify.
Por estar prestes a abrir capital, a empresa se negou a abrir números mais precisos sobre resultados.
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