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Pós-isolamento

Caged: Brasil abre 131 mil empregos com carteira assinada em julho

Benefício emergencial para trabalhadores com corte de salário ou suspensão de contrato

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Pela primeira vez após quatro meses de demissões, o Brasil teve resultado positivo na geração de vagas formais de trabalho em 2020. O país abriu 131 mil empregos com carteira assinada em julho, segundo dados do Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados (Caged).

O resultado é a diferença entre as contratações, que totalizaram 1.043.650, e as demissões, que somaram 912.640. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (21) pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia.

O resultado positivo encerra uma sequência negativa observada no ápice das medidas de isolamento social em virtude da pandemia do novo coronavírus. De março a junho, foram 1,53 milhão de postos de trabalho perdidos, sendo a maior parte em abril (918 mil) e maio (350 mil).

Já em junho começou o movimento de desaceleração, mas ainda assim com o fechamento de 11 mil vagas. Em janeiro e fevereiro, antes da pandemia de Covid-19, os resultados vieram positivos. Foram criadas, respectivamente, 116 mil e 226 mil vagas.

Criação de vagas é sinal de retomada em V, diz Guedes

O ministro da Economia, Paulo Guedes, participou de coletiva do Caged pela primeira vez para analisar o resultado positivo. Ele disse que a criação de vagas mostra que a retomada econômica deve ser em V, mas um V da Nike, com uma subida um pouco mais lenta, porém segura.

"Essa geração de vagas é um excelente sinal que a economia pode fazer o retorno em V", disse Guedes. "É um V, mas um V da Nike. A queda foi abrupta no início. A volta é um pouco mais lenta, mas segura. Estamos bastante animados com isso", completou.

O ministro disse ainda que outros sinais da economia corroboram com a tese do governo de que o pior da crise já passou e de que estamos em um processo de retomada. Entre eles o aumento de emissão de notas fiscais e de consumo de energia elétrica.

"Está se confirmando a nossa hipótese de que o Brasil vai cair menos do que o previsto pro diversas instituições", disse o ministro cutucando, principalmente, o Fundo Monetário Internacional (FMI), que chegou a cogitar uma queda de 10% para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O Ministério da Economia estima uma queda de 4,7%.

Acumulado do ano

No acumulado do ano (janeiro a julho), o saldo do mercado de trabalho ainda é bastante negativo: 1,092 milhão de postos formais de trabalho encerrados. Foram 7.821.801 contratações no período e 8.914.379 demissões.

O governo considera que o resultado do acumulado do ano poderia ter sido ainda pior caso não tivesse sido editada a medida provisória 936/2020 (convertida na lei 14.020, de 6 de julho de 2020), que permitiu a suspensão do contrato de trabalho e a redução proporcional de salário e jornada na iniciativa privada.

Segundo o Ministério da Economia, foram celebrados 16 milhões de acordos até o momento, atingindo 9,6 milhões trabalhadores, que tiveram seus empregos preservados no período, apesar da redução de renda. A pasta vai editar um decreto permitindo que os acordos sejam válidos por mais dois meses.

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