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Mercado de trabalho

Caged de maio é o pior desde 1992

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Na última vez que um mês de maio registrou saldo de criação de vagas inferior às 58.836 geradas no mês passado, o presidente da República era Fernando Collor. Nos últimos 22 anos, apenas em maio de 1992 o saldo de vagas com carteira assinada foi inferior ao divulgado ontem pelo governo.

Mas, segundo o ministro do Trabalho, Manoel Dias, o saldo do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) não traz uma notícia ruim, se visto em perspectiva. Com as 58,8 mil vagas formais criadas, o governo Dilma Rousseff superou a marca de 5 milhões de postos de trabalho com carteira assinada criados em sua gestão. "Isso demonstra a força de nossa economia", disse Dias.

Nos três meses entre março e maio, o ritmo de geração de emprego perdeu força no Brasil, apesar do quadro ainda muito positivo do mercado de trabalho em geral. No ano, o Caged apontou a criação de 543,2 mil vagas com carteira assinada, uma queda de 28% em relação ao mesmo período do ano passado. O ministro do Trabalho disse que vai informar, dentro de um mês, a nova previsão de saldo para 2014 – a previsão atual, de 1,5 milhão de empregos, deve ser revisada para baixo.

Economistas do mercado financeiro e de consultorias avaliam que parte desse freio ocorreu por efeito das medidas de aperto na economia, conduzidas pelo governo federal, como a forte elevação da taxa básica de juros. "O pessimismo explica o resultado fraco da indústria em maio, mas acredito que o novo pacote de medidas anunciado pelo governo para o setor e o início de uma fase mais otimista darão resultado", disse Manoel Dias, para quem o saldo do Caged teria sido "de 100 mil vagas não fosse a indústria".

Tombo

Apenas um segmento industrial registrou saldo líquido positivo no mês passado – o setor de indústria química, com 3,1 mil vagas. Todos os outros 11 segmentos (metalúrgico, mecânico, calçados, etc) fecharam o mês de maio com mais demissões do que contratações – foram 28,5 mil, ao todo.

"O dinamismo no mercado de trabalho está concentrado no setor de serviços, mais especificamente em alojamento, alimentação, reparo e manutenção", anotou o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves.

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